E agora, Drummond?
Não tirei as pedras do caminho,
E nem a lua nem o conhaque me comoveram...
Não acabou a festa, minha luz não apagou!
Do meu anjo torto não tenho lembranças...
Mundo mundo vasto mundo,
Se eu vivesse em silêncio profundo,
Seria um pseudo-nada perdido na imensidão;
Mundo mudo vasto e imundo,
A maldade subjugou a rima!
Se fossem apenas as pernas...
Para que tantos olhos, meu Deus,
Perguntam os olhos meus.
Espere... Não é tempo de absoluta depuração?
Viver é uma ordem! Ordem e progresso,
Os corações secos tecem um trabalho maquiavélico.
Por que é micro e não macroeternidade?
Quem vai saber os limites da propriedade?
Para que as retinas?
Para que não esquecer?
Para que, como o quê, por quê?
O coração ficou confuso e perdido,
O Não sem sentido.
O olvido insensível e a mão tangível
Pensaram que o infindo, embora lindo,
Justamente lindo, seria esquecido...
E aquele que amava aquela que amava o outro que amava
Sei lá quem que não amava ninguém,
Acabou amando a si mesmo, em jardins ilógicos...
E aquela flor que furou o tédio, o nojo, o ódio?
Ah, aquela... Virou amarela e medrosa.
E o título? Dizia isso, fazia aquilo.
E ainda é irônico, ainda desliza, ainda tem ritmo,
Ainda é brasileiro e moreno.
Ainda é, sobretudo, poeta.
Os acontecimentos, as retinas?
Fatigaram-se após o legado do mundo!
E criou-se o terreno para flores novas,
Para criação de novas chaves, para o saber do amar é.
E agora, José?
E agora, Carlos?
Quem é que se esconde?
E agora, Carlos?
José, para onde?