Perfil de homem e campo
Parece que o vento norte, reponta o mundo por diante
Acenando o semblante de um taura bem entronado.
É um monarca campeiro, na geada, branqueando o pasto
Trazendo embaixo do basto um zaino cacho-quebrado...
Retratando uma paisagem, traçada num fundo branco
Aonde homem e campo compõem a mesma figura...
Que Deus pintou na planura da tela xucra da pampa
E nos deixou de herança, num retrato sem moldura.
Vem emponchando lonjuras, na confiança do cavalo
E o sol lhe trás por regalo, um bichará campejano...
P’ra contraponto ao minuano, soprado das “Cordilheira”
Une em Pátria três bandeiras, e vem de encontro ao paisano.
E pra quem trás por destino, changuear de estância em estância
O flete encurta distâncias, quando ganha o corredor...
Se ajusta de domador, no lombo de algum ventena
P´ra nesta pampa torena ser mestre e professor.
Na cabeçada do basto, ensaia uma milonga
Porque a estrada por ser longa, lhe impõe reminiscências
E nestas coplas de ausência, vai cantarolando ao tranco
Num perfil de homem e campo, na retidão da querência.