Amor imortal

Sentei-me no sofá da sala

Com algumas peças de roupas na mala

Decidido a não mais voltar.

Sobre a língua um gosto amargo

E o coração pedindo para ficar

A mente me gritava-te largo.

A noite passava por mim

Fingindo que nem me conhecia

Sofria eu com tanta agonia

Parecia infinito, sem fim.

Ela chorava tão perto no quarto

Magoada por discutir

Eu transbordando de dor a beira dum infarto

Sem forças para sair.

A face tremia sem parar

Os olhos queimavam como fogo

Louco que ela implorasse para se deitar

E que a gente recomeçasse um novo jogo.

Dois dependentes em demasia

Sofrendo pelas agressões depravadas

Ingenuidades hipocrisias

Motivos banais vindo do nada.

Por quantas vezes já havia sentado lá

Ficando postado naquele canto

O melhor braço direito do sofá

Olhar marejando em pranto.

Quando mais tarde de posse da calma

O arrependimento começava a surgir

Ela reascendia de novo minha alma

De pé na porta numa transparente lingerie.

Olhando para mim sem emitir um sinal

É nessa hora que a gente se perdoa

Alimenta desse amor que parece imortal

Em contato direto como agua e canoa.

Francisco assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 24/07/2016
Código do texto: T5707371
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