Meu tempo

Rasuras que trago no rosto

E algumas rugas que ganhei

Desse sol do mês de agosto

Quando na lavoura eu trabalhei.

Olho minhas mãos calejadas

Relevo entre as linhas da mão

Bate uma saudade danada

Do meu pedaço de chão.

Meu chapéu de palha trançada

Que me defendia de raios solar

O lima que mordia a enxada

Para um melhor capinar.

Meu pito na velha sacola

Sustento de antigo vício

Na marmita carne moída em bola

Para matar a fome sem sacrifício.

Pra merendar trazia bolo

A bebida agua de cabaça

Depois corto parte do fumo de rolo

E jogo no ar a fumaça.

Por muito tempo eu resisti

Mas chegou a hora de aposentar

Na verdade o que ganho não trata um guri

Dá vergonha até em falar.

Resta a botina que tanto usei

Vive no armário abandonada

Também as sementes das quais plantei

Foi que criei a família amada.

Francisco assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 25/07/2016
Código do texto: T5708789
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