ATO CONTINUO
Quando adolescente tive amor platônico,
Hoje já idoso continuo tendo amor platônico,
Será que meu destino é esse mesmo,
Ou a forma de viver inconsequente me derrubou?
Assanho a me encontrar num momento qualquer,
Ter alguém desse mundo que me ame de verdade,
Já que não consigo ter como sustentar o amor,
Louvo todos os dias essa proeza que me elevaria,
O patamar é o sentido que me advém e convém.
Não estou falando de você ou de outra qualquer,
Estou falando de mim mesmo nessa vida zangada,
Pois amar a si mesmo é ato contínuo e coerente,
Pra depois amar quem de direito com provento.
Esse é o caminho da lógica e da razão,
Tenho paixão mas o amor passa longe de mim,
Preciso me amar para amar melhor o meu próximo...