aprendendo

olho o abismo do meu dia.

ele se faz imenso,

inexpugnável.

um abismo profundo

repleto de ontens

buscando uma coerência

que nunca existiu

vejo páginas viradas

mal preenchidas

rotas e rasgadas

que não fazem sentido

olho, no avesso do espelho,

um ser estampando um falso reflexo

onde a própria imagem recriada

carece de nexo

e vejo a inutilidade das coisas

da vida mal resolvida

tolamente decidida

cruelmente insolúvel

devia ter aprendido

que antes de tudo

é preciso desaprender

para aprender a aprender

e nunca mais

guardar entulhos

tolos embrulhos

em tão precioso espaço

em tão exíguo tempo

eg

Edimo Ginot
Enviado por Edimo Ginot em 29/07/2016
Código do texto: T5712857
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