Laços II

Com os laços me firmo.

No seu enforcar,

Torcendo as tripas,

Até gotejar.

Jorrando vísceras,

Numa emoção de gemidos,

Com míseras

Extinções de parcos sentidos.

Na dança macabra

De um presente medonho,

Me faço de cativo que se cala,

Numa urgência de insanos sonhos.

Desgraço em rasgos de fita,

Úlceras medíocres,

Purulentas ressacas físicas,

Destoando em atos crime.

Embrulhando os intestinos estripados,

Que rolam numa cascata grotesca,

Com olhos no céu fincados,

Perfura a aurora com reflexo de vespa.

Mato-me num suicídio ritualístico,

Dançando sobre os cacos de carne,

Convulsionando num duelo artístico,

Tendo a tragédia como a real catarse.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 18/08/2016
Reeditado em 18/08/2016
Código do texto: T5732504
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