pulsa o passado

como confetes de outono,

chove-me a memória.

Chove das mãos erguidas dos meus pais,

as direções e as bençãos.

Chove-me as lágrimas

que pelas costas jorraram

quando fiz as partidas,

por desejar ser livre na vida.

Chove-me as sombras das alamedas e os

tropeços que dei nas avenidas.

Chove-me do primeiro amor, o beijo

plumoso nos lábios

carentes de experimentos.

Chove-me a promessa

da eternidade daquele sentimento.

Chove-me a decepção pela troca das cores

para o destaque das dores.

Chove-me a alegria dos sonhos

e a tristeza do repentino desvanecer.

Chove-me as lutas e os descansos,

as covardias pra re.amar e os

atrevimentos de querer

reter o tempo.

Chove-me inteiro passado

que o presente

banaliza gozos e dores

dos sentimentos.

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 19/08/2016
Código do texto: T5733196
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