Urgentemente
Urgentemente
Acordo no meio da noite
O dia clareia feito açoite
Prematuramente.
Nesse mar de agonia
Não toca o telefone
E preciso falar
Urgentemente.
Tenho tonteiras de sono
Mas a cama abandono
Tamanha inquietação.
Levando meio lesado
Com o corpo leve e pesado
Sofro de inspiração.
Tomo café forte e aquecido
Mastigo pão adormecido
Um bocejo e um pigarro.
Escrevo tudo que sinto
O papel-ofício-labirinto
Caminho de linhas retas.
Nessa meia-manhã-discreta
A padaria não está aberta
E o jornaleiro nem abriu sua banca.
Espero o dia vingar
E na loucura de mais um dia começar
Escrevo.
Tony Bahi@.