Casa Caiada
Há uma casa caiada espraiada lá no monte
fumacinha em espiral dá vida à chaminé
no meio de um canteiro jorra mimosa fonte
pássaros saciam a sede numa tigelinha em tripé
Roseiral perfuma ao longo de todo o entorno
acompanhado de lírios, acácias, papoulas, dálias
arvoredo enfeitiça o sol, deixando-o sonolento e morno
um homem entorna água da cacimba rente ás sandálias
Ovinos e caprinos bimbalham cincerros em sintonia
no curral o gado rumina contrito o manjar da Natureza
expira no horizonte inflamado o decurso de mais um dia
A casa caiada reina solenemente exibindo rara beleza
na moldura divina englobando céu e vasta mataria
aos meus olhos embargados por fugidia e nefasta tristeza