A Sinfonia mais Bela
Mergulho em teus braços se fosse doce aquário
e o sol me inunda de raios dentro de um riacho
teus olhos bimbalham quais sinos de campanário
uvas de teus seios caem-me na boca como cacho
Navego em teu ventre nele sou real embarcadiço
gotas de suor orvalham-me o rosto alvo crepuscular
teus cabelos se transformam em barranco movediço
borboletas azuis em teus fios longos começam a bailar
O tempo irrompe nas frestas com odores de bagas de cereja
o róseo desposado da aurora faz parte da imensa aquarela
eis que ancoro meus lábios na tua boca que tanto me beija
Aí vem o pintassilgo melodiar no tablado da tua orlada janela
quando em espiral me infiltro na tua pele que tanto me almeja
e mil harpas afloraram, trinados compõem a sinfonia mais bela