A Força do meu Verso

Tentei desnudar meu verso

ficar mais à vontade com a poesia

sabia ser o seu soberano

não aceitar sua teimosia

no papel em branco frente e verso...

desapontei-me logo no inicio

com a sua presença fugidia

Tal qual insuportável vício

persegui-a fosse noite ou dia

ela sequer, de esguelha, aparecia

tal procedimento afetou-me o juízo

e me foi enorme o prejuízo

Perdi o senso de propriedade

e, de bagagem, a saudade

de falar comigo mesmo

quando vagasse a esmo

esperando o futuro antecipar-se

o passado, por sua vez, reencontrar-se

e o presente, que seja, me orientasse

Nada, nada funcionou eficazmente

descobri, no entretanto,

para ficar em paz com minha mente

deixá-lo quietinho, no seu canto

respeitá-lo como soberano

pois, como por encanto,

aparecerá naturalmente

e o teatro baixará o pano...

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 13/09/2016
Código do texto: T5759607
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