A Força do meu Verso
Tentei desnudar meu verso
ficar mais à vontade com a poesia
sabia ser o seu soberano
não aceitar sua teimosia
no papel em branco frente e verso...
desapontei-me logo no inicio
com a sua presença fugidia
Tal qual insuportável vício
persegui-a fosse noite ou dia
ela sequer, de esguelha, aparecia
tal procedimento afetou-me o juízo
e me foi enorme o prejuízo
Perdi o senso de propriedade
e, de bagagem, a saudade
de falar comigo mesmo
quando vagasse a esmo
esperando o futuro antecipar-se
o passado, por sua vez, reencontrar-se
e o presente, que seja, me orientasse
Nada, nada funcionou eficazmente
descobri, no entretanto,
para ficar em paz com minha mente
deixá-lo quietinho, no seu canto
respeitá-lo como soberano
pois, como por encanto,
aparecerá naturalmente
e o teatro baixará o pano...