O Dorso das Manhãs

A bulha originada pelos carroceiros

Ainda quando mal quebra a barra da manhã

Junta-se ao dobrar dos sinos da Catedral

A alvorada se faz anunciar de maneira sã

E abençoada pelo vozerio dos pregoeiros

Ajuntados em barracas no muro lateral

Vistosamente o mar se aquieta, ainda dorme

Para mais tarde, refeito, sacudir a ponte do cais

Apascenta as águas de um verde-esmeralda

Aquecendo-se ao sol matutino, onde mais e mais

Ronrona e repousa no seu leito de porte enorme

Estendendo-se até das montanhas distantes a falda

Repicam os sinos, o campanário parece estrondar

Os fiéis elevam, estendem seus braços ao azul do céu

As geminianas e alvas torres apontam o caminho

O movimento dos feirantes alvoroça o escarcéu

Viandantes compradores irrompem de todo lugar

As crianças aglomeram-se todas em um só cantinho

A fortaleza que dá abrigo do exército ao batalhão

Há muito recebeu o toque para o reconhecimento

Dos militares dispersos na alfombra verdejante

As salvas ribombam espalhando som no momento

Em que os operários faziam o seu próprio mutirão

Agrupados tais quais os soldados na aurora rompante

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 13/09/2016
Código do texto: T5759619
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