Sertaneja

A casinha de taipa

Era um esplendor

Nada sequer escapa

À noite, seu fulgor

Vaga-lumes em turnos

Piscavam nos cajueiros

Os braseiros noturnos

Da lua mensageiros

E a famosa serenata

Das cigarras costumeiras

Escondidas nos pés de ata

A cantar zombeteiras

Na melancolia da mata

O riachinho murmurante

Borbulhava seus clamores

Noite de lua deslumbrante

Recheava-se de amores

Fugaz, lépido e fagueiro

Serpeava no leito estreitinho

Seguia o mesmo caminho

Com ares de forasteiro

Suas rasas ribanceiras

Doavam barro ao artesão

Pra bolar as brincadeiras

Dos meninos do sertão

Tempos bons que lá se vão...

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 13/09/2016
Código do texto: T5759628
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