Aventureiro Sonhar
Velho navio abandonado
Carcomido pela maresia
Hoje te alcanço a nado
De cardumes és moradia
Divides a linha do horizonte
Tua âncora é um braço inerme
À noite és barranco, velho monte
Fervilhando em nuvens de verme
Teu casco confunde-se com a ferrugem
Os vagalhões adentram tuas galerias
Aves peregrinas ali coçam a penugem
Nos rastros espumosos de águas frias
Onde teus marujos? Onde teu timoneiro?
O teu resgate é por demais inacessível
E contraproducente qual o meu aventureiro
Sonhar que permeia o campo do impossível