INSENSATEZ
A insensatez povoa os meus dias
A seda rasgada nunca me enganou
Na dança do tempo ouço a melodia
Da sereia etérea do eterno amor
Vivo cada dia a esperar o outro
Na escada bamba da desilusão
Tento alcançar algo que acho já morto
Mas um degrau é sim, um degrau é não
E assim, atônita neste sobe e desce
Resvalo, escorrego e caio no chão
Qual botão de rosa que cedo apodrece
Mais um dia acaba na escuridão
E eis que a lua, a sereia nua
Se cala e me encara num cínico esgar
Diante da dor que se perpetua
Some entre nuvens sem se apiedar