O íntimo da loucura
Não sei se me abdico
Ou dedico-me a você
Quanto mais eu insisto
Sinto que é preciso
Olvidar para entender
Que a sua sapiência
Invade a existência
E vai além do teu viver
Quanta diversidade
Hipócrita lealdade
Desnuda de prazer
Vejo-te mais que carne
Tua áurea é uma arte
Que perdura o prazer
Sinto os teus beijos
E o teu desejo
De transformar o meu viver
Embalando-me com os teus versos
Transportando-me ao universo
Ao teu bel-prazer
E quando enfim nós partimos
Deixaremos nos escritos
Que a loucura é um corisco
Um relâmpago que ninguém ver
E tem um gosto amargo
De um sangue envenenado
Que foi contaminado
Na hora do prazer