Resquícios...
Paro... olho... e penso...
Ante a exuberante vida
Que o mundo apreende
Nele.
Penso... inquieto-me... e transcorro...
Ante a finitude de tudo
Que aqui há.
Certifico-me... duvido... alvoroço-me...
Porque tudo que há
Por acaso não é.
Nem que, se pelo descaso,
Houvesse de explicar...
Pelo compasso de tudo...
Desconcertados ficaríamos.
Entender tudo
Não é tudo.
Incompreender tudo
Talvez seja o movimento perfeito
Para chegar-se a lugar algum.
Ainda que,
Nos resquícios das dúvidas...
Nas sobras da mente...
E nas sombras da vida...
Existir fosse tão ruim,
Existindo escolheria permanecer.