Nessa vida de aparências
Neste dia
Onde o excesso de escuridão impede de ver a luz do dia
Acusámos à noite
Julgamos a sua revolução
Revolução viva através do escuro inventado
Quando fechámos os olhos em pleno dia
E no dia consumado.
Solta-se a melodia a acompanhar
Aprisionam-se as ondas noturnas
O som vagaroso do mar
É desse mar que provêm as lágrimas
Quando emoção indefinida deseja atuar.
São noites em que o muito acontece
A dicomba do negócio noturno
O clima luandense favorece
O sucesso vagabundo dos noturnos
Também são noites de lastimas
Noites em que o templo do senhor é desrespeitado e usado como prostíbulo móvel.
E nessas noites sinto a escuridão afastada
Devastada
Húmida e densa
Com cheiro a maluca
E elevo-me
As estrelas
Em glórias pelas velas acesas
Pelas metáforas e ironias
Elevo-me na imaginação
Nessa vida de aparências!