Inconsciente
Três coisas que você precisa saber sobre este texto:
Primeira: tentei por vários dias escrevê-lo e não consegui, sempre ficava preso à mesma ideia e não achava palavras. Em uma manhã estudando matemática enquanto chovia as palavras estavam lá, sequer precisei procurá-las.
Segunda: Quando digo que não é real, por menor, é um equívoco. É irrealidade, é só um mundo, criado e feito do que somos. É real!
Terceira: O inconsciente é um lindo pomar, as vezes, não tão belo assim, regado com a alma.
O inconsciente surge do consciente, ou seria o inverso.
A ordem da qual se parte... o limiar, o balanço da corda.
Onde, afinal, você vive?
na realidade irreal, na irrealidade que é real
refúgio, é real!
Viver os lampejos de uma loucura sã
é inocente, ingênuo
não é tolo...
uma fuga do sensato, aqui, a sensatez não é de bom senso
Loucura!
ou seria louco chamar assim?
sonho, é real!
Seja fantasiado
ou um sonho estranho, que te entorpece sentidos antes desconhecidos
Seja um sonho simples
que traz um cabelo bagunçado pela manhã
vazio, é real!
o oco pode ser visto como nada
como pode-se, também dizer
que é espaço para se preencher
digo... é no eco do oco
que se graça a melodia
que te traz o sono
que te formiga os lábios
que umedece a mão
que faz notar algo a bater
pensar, é real!
lançar uma flecha
mesmo com a pontaria incerta
acertar o amor
É um paralelo que insiste em misturar-se, que se deixa sentir. É só um mundo criado e feito do que somos.
É um lindo pomar, ou as vezes, não tão belo assim, regado com a alma.
Inconsciente