Infância perdida

Seria bom se o tempo voltasse, onde a infância era fantasia, que podia tornar-se realidade.

Onde os sonhos eram embalados na balança, no tronco de uma árvore.

A boneca era brinquedo das meninas.

O carrinho era brinquedo dos meninos.

Pular corda, jogar bola, bater peteca, brincar de se esconder, a gente corria longe para bater 31.

Passar anel, lenço atrás, subir nas arvores, brincar de rodas....bom barqueiro, samba lê lê, escravos de Jó, pai Francisco, isso nem se ouve mais.

As crianças não sabiam o que era psicólogo, o respeito, a obediência era fundamental. Na escola havia fila, tinha disciplina, o professor entrava em sala de aula, todos se levantavam.

A malícia ficava bem longe de nós.

Ninguém era egoísta, todos eram protagonistas.

Ouvir histórias era divertido, com isso se aprendia a ouvir, prestar atenção.

Jogar bolinha de gude era festa, todos sabiam esperar pra chegar a sua vez de jogar três Marias.

E fazer pic nic então, embaixo de uma árvore era a maior sensação.

Tínhamos mais sentimentos, ao curtir a natureza.

Ser professor(a), médico, enfermeiro, construir casas eram sonhos de crianças, que se concretizava depois.

Aos 12 anos embalavam-se bonecas de pano, hoje aos 12 já são mães.

As coisas mudaram tanto, até parece que as crianças não sonham mais.

Tudo já está construído dentro do Ipod e dos computadores e da televisão.

Estamos na era do botão, nada mais precisa esforço.

Sonhos estão em caixas prontas, só escolher.

Poucas pessoas sonham em ser felizes para sempre, poucas constroem lares, poucas tem referência e preferência por um ideal.

Poucas se valorizam, porque não construíram sonhos em suas infâncias.

Se não cuidar, a máquina vai dominar o ser jumano, o homem não vai dominar a máquina.

Seremos meros androides andando pelas ruas, sem rumo, sem direção.

Quero minha infância de volta para outras gerações, para que haja corações batendo de emoções.

Vamos resgatar a Infância de sonhos perdidos

É na infância que se constrói sonhos, para tornar-se edifício na vida adulta.

De minha autoria, Maria Inês Cordeiro