A "matemétrica" da vida

Olho pra frente, pro lado

Sinto meu conjunto vazio

Lá atrás ainda enxergo

Planos mal alinhavados

Sonhos pontilhados

Caminhos tracejados

Por traços quebrados

A linha sólida da vida

Segue outra ponta de seta

Que encurva até na reta

Molda-se e refaz sua meta

Em laços e loopings

Numa multicetriz incerta

Triângulos não equiláteros

Círculos de fogo diários

Cubos frios e quentes

E em seu plano superior

A simples face retangular

Para o tangente descanso

Ou o insano e oblíquo amor

Na contagem decrescente

O conjunto da memória

Vagamente tende ao infinito

A contagem crescente

Parece cada vez mais finito

E a morte menos incógnita

(14/10/2016)