Boêmio
Maltrapilho:
- Uma dose!
E o garçom lhe dá um gole.
Sem seus bolsos, sem seus putos,
Sem amigos e nem um cigarro.
Na bancada ele senta,
E cruzando as pernas se sustenta.
- Mais um gole, por favor! - é o que pede.
Não é cerveja o que ele bebe,
Cachaça? Pinga? não parece...
À essas horas, ele rejuvelhece.
(O álcool não o fere).
Uma folha de papel, uma poesia e... o pinel!
Chora mágoas, chora a vida,
"Suador" de amor, sua dor antiga.
Com mais um gole a garrafa esvazia,
Não eram lágrimas, era Tubaína.
Uma moeda paga a sua conta.
Ele foi para casa sonhar com a vida.