São Paulo = Poesia de Amor à Minha Terra=

Minha cidade

Da Liberdade

De mil raças

E mil nacionalidades

Terra da multiplicidade

De culturas e de praças

Do pastel do japonês

À pechincha do coreano

Da padaria do português

Ao McEstilo americano

Minha cidade

Da agilidade

Aqui todos se encontram

Aqui tudo acontece

Aqui todos "se viram"

Nessa terra que sempre cresce

Dos monstros de concreto

Do cinza que sufoca a vida

Da frieza dos ângulos-retos

E a vida corrida e sofrida

Minha cidade

Da desigualdade

Das favelas-bairro

Do pai desempregado

Lavando vidros de carros

De ônibus lotados

De comércio no semáforo

E balas no retrovisor

Do povo que só engole desaforos

Do povo pobre e trabalhador

Minha cidade

Da imensidade

De riqueza e poder

De paletós e gravatas

De obras pra se eleger

De discursos e bravatas

Empresários bem sucedidos

Mãe zeladora de seus cidadãos

Na noite desinibida

De baladas e badalação

Minha cidade

Da sensualidade

Das drogas e do amor pago

Da luxúria e do prazer

Do "tapinha" e do trago

Da farra até o amanhecer

De prostitutas nas avenidas

De corpos falsos expostos

De traficantes a postos

Vendendo às almas perdidas

Minha cidade

Da santidade

Que mesmo com todo pecado

Com tudo o que nela existe

De mal, ilegal e errado

Em procurar o bem persiste

E um dia há de conseguir

Mesmo que depois de muito pranto

Por ter fé e por não desistir

E por trazer consigo esse nome santo.