Manjar dos Deuses
Manjo aos manjares que fizeram aqui
Manjo as esperas que não deixei de ter
Ao Manjar dos Deuses que me fizeram comer
E como cada fatia, cada espia em que me transformei
Sorvo o gosto doce que brota dos seios fartos
E me fortaleço pelo cheiro azedo inesquecível do colo de mãe
De um dia que estive, de uma noite embalada em sonhos
Como e bebo dessa fração do mundo
Sem aflições
Porque sou Mulher
Sou protótipo da mãe
Sei fazer o doce,
Sei levar ao prazer, delirante
Sou o que manjo
O que se come
O que alimenta de sonhos
Uma nação
Uma legião
De pobres homens
Ricas almas
Como do Manjar dos Deuses próprios dos homens
E espero a fome do mundo
Por me servir como um pouco do que me transformei.