EUTANÁSIA

Um adeus que chegou ao meu aceno,

sem a minha vontade ou conivência;

foi um dreno imprevisto e compulsório;

eutanásia do sonho terminal...

Veio à mão, exigiu meu gesto vago,

gradual, reticente, sem anúncio;

dei um trago moroso numa guimba

cuja brasa expirava em outra ponta...

Era seu esse adeus, foi golpe sujo

desviar o processo para mim,

pra eu dar o seu fim à nossa história...

É a pura verdade, que acenei;

porém sei que o aceno, embora meu,

se assinou com a sua acenatura...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 06/12/2016
Código do texto: T5845360
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