Dia de Cão
Criamos as antíteses e refletimos
E fazemos cálculos e caras e bocas
E poses de fotografias
E publicamos ao mundo
Teses sobre as Tuas ternas flores.
Decidimos qual a “frase” do momento
Sentida e creditada por “não sei quem”.
E estamos sempre na Tua contra-mão
Quando deveríamos mesmo ser mudos.
E são tantas as “bandeiras” e “teses”...
Teses sob as Tuas humanas mentes
Doentes! .. Todas doentes!
E não nos esforçamos em quebrar fronteiras
Nossas!
Que nos impedem de Amar os diferentes
De nós.
Nós somos os modelos!
Mas quebramos todas as fronteiras
Dos cobiçados continentes
E matamos mulheres!
Crianças!
Abandonamos os nossos!
E os nossos velhos
Que contam histórias sobre nós.
Conseguimos desculpas para tudo
Paramos tudo
Para que passe a nossa vaidade.
E o "desfile" tem que ser em larga avenida...
Senão, não cabe.
Mundo caos e eu!
E somos “suficientemente bons” em quase tudo.
E eu queria ser insuficiente!
Dessas que não coubessem
Em nenhum padrão de Amar.
Insuficientes somos sem Ti, ó Pai!
Não há um justo sob o Teu indecifrável Céu
Que bordaste Tu com primor por Amor
A nós! Seres indigentes!
E a Lua! Nua! - não necessita pudor.
Ela está para todos os loucos
Que param o seu tempo
Apenas para contemplá-la.
Hoje eu acordei cansada...
De mim.
Não quero a face do espelho.
Dia de cão.
Hoje eu suicidei-me novamente
Em Ti.
Ó luta sem fim!
Karla Mello
07 de Dezembro de 2016.
http://karlamelomelo.blogspot.com
#TragoVersos