Uma física da tolice
(I)
Para nadar profundamente no nada,
venho escrevendo gorjetas
dessa minha física vaga
(II)
Para suportar a tensão
de estar caindo no eterno,
esfaqueio vírgulas
entre os anos que se passam rápido
(III)
É tempo
Foi trova
São facilidades de natureza sórdida
Como um tropeço no incomum
Traçado pelo caminho das horas mais abstratas
(IV)
2 milênios de figurações
200 anos de contrações
Pulsando há mais de 20 outonos consequentes,
navegando incessantemente
sobre as mais diferentes órbitas
sem ao menos me desviar das soluções mundanas.