Uma física da tolice

(I)

Para nadar profundamente no nada,

venho escrevendo gorjetas

dessa minha física vaga

(II)

Para suportar a tensão

de estar caindo no eterno,

esfaqueio vírgulas

entre os anos que se passam rápido

(III)

É tempo

Foi trova

São facilidades de natureza sórdida

Como um tropeço no incomum

Traçado pelo caminho das horas mais abstratas

(IV)

2 milênios de figurações

200 anos de contrações

Pulsando há mais de 20 outonos consequentes,

navegando incessantemente

sobre as mais diferentes órbitas

sem ao menos me desviar das soluções mundanas.

João PS
Enviado por João PS em 08/12/2016
Reeditado em 20/12/2016
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