ÁRIA

Profundez

estrelada

nos caminhos

da madrugada

Vias azuis

conduzem

às nuvens lácteas

Nas vagas

da brisa

lembrança

de carícias e beijos

aroma

de flores noturnas

Povoada

de vaga-lumes

em concerto

de esperanças e grilos

a noite palpita

com estilo

Pelo deserto

das ruas

reverberado

em olhos felinos

o viandante

é escudado

por vira-latas

Na longínqua

circunstância

das alturas

desenha-se

a luminância

de uma estrela cadente

Na calmaria

dos ares

pelos mares

d´alma

o passageiro noturno

sibila notas

de uma canção

Melodiosa arte

a evocar

“o tempo

que passou

na janela

e só Carolina

não viu”