O OUTRO LADO

Alegraram-se as estrelas,

Alegrou-se a lua,

Surgiu nos Céus a nova criatura

Qu´ nas águas do ribeiro inda hoje flutua

Das costelas d´homem foi criada

E a alcunha d´ fada lhe foi dada

E de toda obscenidade e flagelo foi justificada

Em cada canto clamam o seu nome, mulher, mulher!

Com um infinito número d´homens

Fazem-se acampamentos,

Mas sem ela ninguém faz um lar

P´ra lindamente morar

A mulher que com o seu amor

Volve-se p´ra nós musa

Cheinha d´chama, cheinha d´esplendor

Qu´ o peito alvoraça,

Até hoje o seu nome o poeta declama,

O pintor o seu rosto na tela desenha

Aos quatro ventos

inda com a finura,

Em todo mundo o papel de mãe desempenha

Ninguém me falou dela,

Em meu mundo brilha como ´strela

Adormeci, despertei no silêncio da noite

Lá no verde campo celeste

Quando a vi deitada juntinha a mim

Deus falou-me imensuráveis vez´s dela

Afinal foi escolhida,

Escolhida p´ra de mim cuidar,

A mulher das águas correntes dest´ mar sem fim

É a predilecta e mais bela entre as fêmeas

P´ra apascentar rebanhos,

A ela todo o poder foi dado

D´spontando então, uma nova missão,

Carregar com o noivo, o pesado fardo

A mulher que de fragilidade se cobre

Como o pão se tornou

P´ra alimentar os indigentes…

Por ela, homens indigentes se perdem

E p´ra lhe ter, das velhas vestes se despem

Como a flor do jardim

Hoje é comparada,

Doar-se a ela, p´ra qualquer um,

Um bem maior

P´ra um amor sem fim!

16.03.015

Mille Tavares El Dorado
Enviado por Mille Tavares El Dorado em 14/12/2016
Reeditado em 14/12/2016
Código do texto: T5853051
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