A flor os Meninos Aleppo e a Síria Despedaçada
Os tijolos estão todos despostos em todo lugar
Explodidos aleatórios sobre as ruas
Que manchadas de vermelho venoso exibem
Os que ainda vivem buscam ocultar o osso exposto
Numa tentativa de esconder dos olhos a carne viva
E diminuir só um pouco que seja a dor
Não existe lado para escolher olhar
Tudo está igual disforme em brasa
Como quando a terra se formou
Só que agora tudo dói...........tudo dói em Aleppo
O menino vê a poeira se elevar
Formar figuras abstratas no vazio e então desaparecer
E aonde o vento batia e rodopiava como um pião invisível
Agora segue livre pela verga que a pólvora abriu
Tudo é osso espalhado na avenida
Por onde a dor vai se escoando corrosiva até preencher tudo
Fundindo instantâneo carne e concreto
Numa tinta que cria arte no rosto do asfalto
Bem nessa hora nossa flor abriu seus olhos perceptivos
E viu seu menino coberto d'uma cinza
Uma cinza que roubava a cor viva das suas melenas
Criava uma massa abaixo dos olhos
Com o rolar incontido das lágrimas
De quem nem ao menos sabe porque
Ela desejou não mais perfumar
Quis suprimir suas cores aos olhos do mundo
Uma vergonha inundou sua seiva
Seu polem caiu infecundo na ferida aberta no chão
Mas ela não é como o menino que aprendeu a amar
Não tem escolhas sobre o poder do sim e do não
Então enquanto tudo caia a sua volta
Ela permaneceu rutilante mas na pugna arremessada
Pois no fim tudo é por amor
Amor por uma ou outra coisa
Mesmo que ela pudesse odiar em seu perfume
Ainda assim de nada adiantaria pois ela é uma flor
Uma flor nascida na Síria de muitos interesses
Ela é Aleppo a flor da Síria despedaçada
Ela é a flor dos meninos despedaçados cobertos de cinza
Ela é a flor............A flor dos meninos de Aleppo.