Sentar-se Aflito
Noites em claro
por ali mesmo fico
Sentado de frente para a correnteza
vendo as gotas estourarem ao cair
e os gramados se pintarem ao crescer
Extasiado na fantástica explosão do tempo
fico perdido afundando as pernas
nas profundezas do rio
Me desintoxicando para que as flores
floresçam aflitas sobre mim
Devorando com os olhos o nascimento, o crescimento e a morte
Onde a temporalidade vem e vai
como as nuvens traçam o céu
Assim, as pupilas trancadas
quebram as correntes e se dilatam
Pulsando abertas á verem que as coisas, não são mais como antes
Persistindo na formação de pontes e rotas diárias
Que se confeccionam em coágulos de imprecisão niilista
Decidindo meu itinerário antes de mim
Produzindo os cúmulos e acúmulos do absurdo
Para conviver com a angústia de que,
o que mais quero no momento
É ao menos dizer adeus, aos meus amigos
Pois eu vou
Mas logo pretendo voltar