Pela última vez
Naquele dia, enquanto entardecia
Eu não sabia
Que pra você, o sol ia se pôr pela última vez!
Se soubesse que seria seu último dia
Com certeza, mais atenção lhe daria
Uma pessoa sem escrúpulo
Com um gesto estúpido
De maldade sem tamanho
Fez daquele o último banho
Quando cheguei ao anoitecer
Ainda correu para me ver
Foi até o portão como sempre fazia
Parecia tudo normal
Mas nos olhos, em lugar da alegria
Havia dor, medo e agonia
Causada por um ser humano que não merecia
Ser chamado nem de animal
Mas de monstro
Monstro malvado da vida real
Capaz de envenenar o cãozinho
Que alegrava o meu quintal
E vivia feliz pelo simples fato de ter um dono
E um lugar para morar
E ali deitado, seu pelo dourado brilhava sob o luar
Pela última vez!
Poema publicado na Edição Comemorativa "Dia Nacional do Escritor" - Setembro de 2015