Miscelânea
O instante requer silêncio,
Para que se quebre a rotina dos espasmos
Para que floresçam tulipas vermelhas
Para que jorre água cristalina da fontezinha.
Nada que seja pedra
Impedirá a passagem do canto da passarada
Quando o sol imergir no repouso absoluto
Nem sangrará outra vez a nódoa
Fincada no seio coronário...
Perdidamente a voz ecoará no vazio
E provocará um hiato entre mim e outros eus
Que porventura hibernem em minha alma
O instante requer silêncio
Sem que rompa os tímpanos do poeta
Que se alojou em seu cantinho
Para lapidar versos e construir poesias
Sem que, para isto, imortalize sua dor!