Nave nove
A nave nove
Não voava sobre a vila
Desde novembro de noventa e nove.
Pintaram o setembro
No aeroporto setenta
Deu muito ibope para enquete
Até hoje se comenta.
Quando a nave nove voava
Nem havia vento
Pousara numa pista
Sem cimento.
Horrível os pássaros voavam
Assustados morrendo de medo
E no alto dos galhos grudavam
Com as pequenas unhas dos dedos.
Temiam aquela nave gigante
Parecia mesmo surreal
Embora distante
Fazia tremer qualquer quintal.
Sua chegada provocava ruídos
Susto revolução e alaridos
Em todos os seres vivos.
Quanto tempo de saudade
Da nave nove que fiz
Imutável realidade
Imperceptível ao Quatorze Bis.
Francisco assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com