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No espelho não me vejo

Vejo o crucifixo

Cristo de braços abertos

Esperando um abraço meu

Mas tenho vergonha de chegar mais perto

Tenho medo desses olhos tão doces,

tão tristes,

tão misericordiosos

Porque esse olhar me entra como um punhal no peito

Sou réu inconfesso

Dos pecados que ele não cometeu

De todos os cometidos pecados meus