Bolinar
Fui Bolinar com meu bem
Lá na tuia do meu avô
Longe dos olhos de alguém
Que pudesse ser o pivô.
Pois Bolinar no produto
Somente depois de casado
Uma tradição de família
Que vinha dos tempos passados.
Subimos na sacaria
Sem despertar atenção
A noite bem prometia
Era a melhor ocasião.
O sabre estava vermelho
Pronto para furar o produto
Esquecemos princípios conselhos
Olha a esperteza do matuto.
Já era tempo de nova colheita
Mas não havia um espaço ali
Alguns ratos ficaram de espreita
E não arredaram dali.
O cheiro na tuia era tão grande
Daqueles que muito me satisfaz
Que incendeia o olfato e se expande
Deixando louco o rapaz.
Parecia uma tentação
Aquela princesa deitada
Sobre as sacas de feijão
Respirando a madrugada.
Depois de beijos selados
Tínhamos que procurar um chuveiro
E aqueles ratos ali do lado
Como se fosse da família os olheiros.
Bateu tanta preguiça na gente
Que rolamos pra cima do milho
Já era a segunda semente
Que poderia nos dar um filho.
Nem te conto o que aconteceu
Dessa história maravilhosa
Quem plantou sempre colheu
Mas esse assunto não é de prosa.
Francisco assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com