Bolinar

Fui Bolinar com meu bem

Lá na tuia do meu avô

Longe dos olhos de alguém

Que pudesse ser o pivô.

Pois Bolinar no produto

Somente depois de casado

Uma tradição de família

Que vinha dos tempos passados.

Subimos na sacaria

Sem despertar atenção

A noite bem prometia

Era a melhor ocasião.

O sabre estava vermelho

Pronto para furar o produto

Esquecemos princípios conselhos

Olha a esperteza do matuto.

Já era tempo de nova colheita

Mas não havia um espaço ali

Alguns ratos ficaram de espreita

E não arredaram dali.

O cheiro na tuia era tão grande

Daqueles que muito me satisfaz

Que incendeia o olfato e se expande

Deixando louco o rapaz.

Parecia uma tentação

Aquela princesa deitada

Sobre as sacas de feijão

Respirando a madrugada.

Depois de beijos selados

Tínhamos que procurar um chuveiro

E aqueles ratos ali do lado

Como se fosse da família os olheiros.

Bateu tanta preguiça na gente

Que rolamos pra cima do milho

Já era a segunda semente

Que poderia nos dar um filho.

Nem te conto o que aconteceu

Dessa história maravilhosa

Quem plantou sempre colheu

Mas esse assunto não é de prosa.

Francisco assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 19/01/2017
Código do texto: T5886337
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