O quadro
Desce em curva o tom de azul
Talvez índigo ou royal,
A textura é magistral, pacífica,
Cândida, plástica, magnífica.
Sobe uma linha em espiral
É reluzente, suave, bem fina,
Dourada, imita um fio de ouro,
Entre as linhas uma cor de âmbar.
Na parte superior à direita,
Uma roldana em simetria disforme,
Ao centro um redemoinho de cores,
Aparentava enorme,
Uma expressividade distinta
Se afigura as flores todas juntas,
Diversas, alegres em uníssono matiz.
No canto inferior esquerdo
Há uma janela, por ela tudo se vê,
Cada um vê o que lhe apraz.
Mergulhado sobre tons anuviados
Nesta parte da tela eu cismo Maria!
Alguém que me observa pergunta:
-O que vês?
Respondo:
-Vejo todas as cores da poesia.