Do Jeito Que Ela Quis Existir

No imaginário ela surgiu extraordinária

Usou-me para dar a ela cabelos lisos e pretos

Sobrancelhas prontas de natureza

Embelezando seus olhos bem vivos

Insistindo que das tardes tivesse na pele a cor

E escondendo suas arcadas lábios nada breves na forma

Os seios que me pediu determinada

Lhe dei imaginando assistido de muito esmero e capricho

Desenhavam esplendidos nas curvas que me exigiu

Contrastando delicados desde o colo à cintura

Singularidade constância e unidade

Dos pés aos joelhos canelas arredondas

Sendo que aos dedos

O indicador não fosse maior que o dedão

E sorrindo pediu-me mãos ágeis

Mas de gestos suaves e delicados

Pondo aos dedos equilíbrio e simetria na estrutura

Então olhou-me profunda e sincera falou

Das coxas e do resto da-me tu

Num tanto que caiba no teu gosto

Mas que a mim assente sem render queixas

E tal lhe dei segundo ela e eu

Quando lhe vi pronta em toda forma

Lhe quis prender como fosse dono

Mas me disse com aqueles seus lábios

Permita-me ir só até ali ver aquele horizonte

Que sofro só em sabe-lo quanto mais em não toca-lo

Derrotou-me com o tiro certeiro deste seu verso

Pois tudo nela radiava verdadeiramente

E a minha letra não podia mais conte-la

Nisto vazou pelos meus dedos

Tornou-se do mundo e quem a lê

Ilumina-se do que ela diz nos versos

Encanta-se com a beleza que ela mesma concebeu.

Ediondo
Enviado por Ediondo em 23/01/2017
Código do texto: T5889982
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