Último furo
Botei a botina no pé
Um cigarro de palha atrás da orelha
Na garrafa o amargo café
Adoçado com mel de abelha.
Na marmita arroz e feijão
Farinha e ovo amarelo bonito
Que derruba qualquer fome no chão
Como uma buchada de cabrito.
Passei a mão no chapéu de palha
Arrochei o cinto no último furo
Minha coragem sempre se agasalha
Nesse peito que tenho orgulho.
Não tenho um emprego seguro
Pois não estudei quando era novo
O que será desse meu futuro
E o destino desse meu povo.
Não tive carteira assinada
Para garantir meus direitos
Somente as mãos calejadas
Certamente não seja aceito.
Devo isso a minha pobreza
Sem condição para estudar
Só pensei na fartura da mesa
Hoje nem meu nome sei assinar.
Isso não vai querer para meus filhos
Quero dar-lhes um estudo de ponta
Para que consiga na vida o maior brilho
Sucesso em espécie na conta.
Francisco assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com