Último furo

Botei a botina no pé

Um cigarro de palha atrás da orelha

Na garrafa o amargo café

Adoçado com mel de abelha.

Na marmita arroz e feijão

Farinha e ovo amarelo bonito

Que derruba qualquer fome no chão

Como uma buchada de cabrito.

Passei a mão no chapéu de palha

Arrochei o cinto no último furo

Minha coragem sempre se agasalha

Nesse peito que tenho orgulho.

Não tenho um emprego seguro

Pois não estudei quando era novo

O que será desse meu futuro

E o destino desse meu povo.

Não tive carteira assinada

Para garantir meus direitos

Somente as mãos calejadas

Certamente não seja aceito.

Devo isso a minha pobreza

Sem condição para estudar

Só pensei na fartura da mesa

Hoje nem meu nome sei assinar.

Isso não vai querer para meus filhos

Quero dar-lhes um estudo de ponta

Para que consiga na vida o maior brilho

Sucesso em espécie na conta.

Francisco assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 23/01/2017
Código do texto: T5890890
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