Desencanto-me

da ufania me dispo
num caminho sem volta pereço,
assim, dou-me nas pernas um nó 
em becos suspeitos.

não me sei, tampouco de ti saberei!
transpiro a sagrada loucura,
na fixação e na busca da tua diáfana figura...

Desencanto-me
com a erecta morte do tempo e da noite,
com o abjeto motivo de minha inquietude 
com o gozo frustrado,
e tuas mãos que as minhas não enlaçaram...

com a mudança da jura,
do silêncio herético
à imperfeição do instante!

com pessoas de passos mortiços
e com a vórtice no termo mal proferido.
com o entorno e o plangitivo,
desse prostrado amor tão mutável e líquido!

Desencanta-me 
a sutileza das horas que não me ofereces,
a ação na lembrança, a saudade
tão cheia de ti, e, de graça.

a amarela florada entre mim e você,
e o descompasso soturno
de teu notívago desejo ao amanhecer...


Desencanta-me
só assim,  as palavras e o ritmo
fluirão ao vento!

 
Nalva Sol
Enviado por Nalva Sol em 02/02/2017
Reeditado em 25/06/2017
Código do texto: T5900515
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