Desencanto-me
da ufania me dispo
num caminho sem volta pereço,
assim, dou-me nas pernas um nóÂ
em becos suspeitos.
não me sei, tampouco de ti saberei!
transpiro a sagrada loucura,
na fixação e na busca da tua diáfana figura...
Desencanto-me
com a erecta morte do tempo e da noite,
com o abjeto motivo de minha inquietudeÂ
com o gozo frustrado,
e tuas mãos que as minhas não enlaçaram...
com a mudança da jura,
do silêncio herético
à imperfeição do instante!
com pessoas de passos mortiços
e com a vórtice no termo mal proferido.
com o entorno e o plangitivo,
desse prostrado amor tão mutável e líquido!
Desencanta-meÂ
a sutileza das horas que não me ofereces,
a ação na lembrança, a saudade
tão cheia de ti, e, de graça.
a amarela florada entre mim e você,
e o descompasso soturno
de teu notívago desejo ao amanhecer...
Desencanta-me
só assim, Â as palavras e o ritmo
fluirão ao vento!
Â