Uma cadeira
Fechei a mão calejada
Encostei-me à parede do peito
Quero dar-lhe uma bofetada
Em quem falar mal de prefeito.
Sou daquele eleitor iludido
A cada quatro anos que passa
E há muito tempo punido
Com inverdades e trapaças.
Fiz até parte de campanha
Quando voltava da roça
E nunca ganhei um litro de banha
E nem pneu pra carroça.
Meu bairro não tem asfalto
Água encanada e esgoto
O mato está viçoso e bem alto
Vivo iludido feito um escroto.
Mas meu estresse está por um fio
Alguma preocupação passageira
Que apareça aqui um vadio
Quero lhe mostrar as goteiras.
As palhas ficaram velhas
E a política nunca melhora
Uma verdadeira groselha
Que pra mim passou da hora.
Mas no próximo pleito eleitoral
Vou concorrer a uma cadeira
Fazer uma mudança geral
Uma ilusão pra vida inteira.
Francisco assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com