Na corrida dos séculos...
O mar é um limite sem extensão
As terras são recantos de feitiços encolhidos,
Às remotas traiçoeiras inundações de conceitos,
a ambição desgovernada sem rumo nem direção.
Lançados ao mar, as caravelas e naus, percorreram destinos infindáveis,
Patrulharam o Oceano atrás de explorar um novo contin(g)ente
Repreenderam-se ao olhar a um horizonte inviolado
Endeusaram um introito imperturbado.
“Equivocaram-se” do mastro
Entregaram-se aos passos
Retiraram do próprio dorso,
o medalhão iconoclasta.
Um novo povo explodiu,
um povo transformou-se
De uma pureza dissolvida na carne pecaminosa
O sangue coagulado, de vermelho corou-se.
Das testas franzidas, o suor inquieto pertence ao mesmo sebo contido
Das mãos calejadas, pertence o futuro constituído acima do cansaço
Nos pés descalços, está a coroa fincada no estrume em seu corpo retido
Na cor contida, os braços de uma etnia multipolar, o veneno que a serpente engalfinhou!
O calor da coexistência combusta a matéria-monólito
A tempestade das águas inexequíveis a fundir uma plateia,
a construir um templo modorreia eriçado à permutação,
a extrair de uma cultura seu afinco esgotado.
Nos berços diversos, nasceram os guerreiros de um breve histórico
E, no campo da concentração, os resgatou da tortura a luz promissora
De mãos e pés amordaçados, o cabresto não lhes convinha o coração
À alforria profanada, ao ingresso revalidado na mistura de um cadeirão.
Agora: Estes? Aqueles? Nós? A linhagem que incorpora o presente
O pergaminho que incita à permanência de um espírito hábil
da mesma consistência, do mesmo carvão-madeira
Doutrina que o impeça rotular.
A palha que queima, graveto que estoira, as garrafas que bulem,
irrompem em uma mesma sacudidela como devoradores emblemáticos
O estranho benfazejo sem assombro nem irrisórios contêineres de ardilosos,
é o pacto que prescinde à dominação.