Rio da minha vida

Até hoje o meu olhar desce aquele rio

Ainda que eu esteja há milhas, lá está meu coração,

Doce corrente navegava por um fio,

O cruzeiro do sul ia guiando as embarcações.

Das águas passadas só restaram recordações.

São veredas a nascente que ainda me fazem sonhar,

Farfalha em minha mente o leito em lembrança,

Minhas saudades desembocam nos braços do mar,

A vida segue em frente, mas lá atrás ficou a criança

Que me alcança no banzeiro da esperança.

Eu me banho no teu colo, mergulho na felicidade,

Boiando eu fito o céu contemplando a imensidão,

Deixo-me levar no sentimento que me invade,

A tua água faz renovar o brilho dessa visão

O leme em direção é o instinto do meu coração.

Recordo esta página fluvial da minha vida na esperança de um dia voltar a minha cidade natal e ali navegar as melhores lembranças de um tempo vivido com muita inocência e alegria. As cheias e secas que ali passei, a prainha e suas histórias mais travessas, os amigos que ali deixei e tantas outras coisas que só poderão ser apreciadas através da imagem remota de uma boa recordação.

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 15/02/2017
Reeditado em 26/02/2017
Código do texto: T5912893
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