coragem
destruir os bagos de mel e angustia
afundar horas nos grotões dos desertos,
sem água ou vontade, polir a esfera no
mais baixo relevo, andar horas no limo
dos bosques, instalar nos acetinas estados
invisíveis, perder-se por entre as folhas de
agonia, tirar desforra da memória, e nada
mais existe, somente bolhas de ar por entre
a pele, janelas e portas, turbas de assassinos
na mesma rua em que come seu pão, acender
a luz pelas brumas dos olhos, e são mais olhos
que respostas, mais distancia que encontro, e
saber-se solidão, o amor é o premio pela tua coragem