FATAL IDADE - Poesia nº 47 do meu quarto livro "ECLIPSE"

Por um precinho muito bem camarada,

(pois já estou com rugas bem aparentes),

Vendo a minha idade, mas eu lhe aviso:

Infelizmente, faltam-me alguns dentes!

Quem sabe por velhice e face marcada,

Eu talvez não seja mais um ser atraente,

Ah, mas de muito amor, isso eu preciso!

Hoje, aqui fiquei o dia todo a esperar,

No entanto, não apareceram clientes.

Mas não estou totalmente desanimado

Porque no breve espaço que me restar,

Eu o uso como boa prova, entrementes,

No correr dos teus dias, também findos.

Devagar, ao meu encontro estás vindo,

Neste chão que por mim foi tão pisado.

Não fujas você da realidade ao me dizer:

O levarei a um lugar confortável, de lazer!

Elimine a ideia de que se a ti tanto resilo,

Eu, que teu pai, ser-lhe algo descartável,

Ao trazer-me para “um belo de um asilo”.

Sinto a falta da tua visita com frequência.

Lembras? Criei-te, limpei com paciência,

Eduquei, amei. Pra mim foi memorável!

Hoje, no dia-a-dia estou eu em outro ninho,

Sem imaginares que desde tua boa infância,

Se espelhavas em mim e, que por tolerância

Desejavas ter família (qual agora és amável),

Mas esqueceu-se que os olhos do velhinho,

Pediam-te o respeito por um fim admirável!

Eduardo Eugênio Batista

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Setedados
Enviado por Setedados em 18/03/2017
Reeditado em 19/03/2017
Código do texto: T5945239
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