Só papel

Papel é só papel.

Molhou, desmancha.

Sujou, vira uma mancha.

Amarelado, solto ao léu.

Tão frágil e sem valor.

Dobrou, amassa.

Queimou, vira fumaça.

Não resiste ao calor.

Um toque de grafite ou tinta,

Acaba sua fragilidade.

Ganha o dom da eternidade.

Se escrito for em poesia.

Idéias e sentimentos,

Não queimam, não viram cinza.

Nem água borra a tinta,

Do que se escreve no pensamento.

E o primeiro desses versos,

Perdeu o significado,

Por esse poema rabiscado,

Num mero papel eterno.

Vinícius de Oliveira
Enviado por Vinícius de Oliveira em 26/03/2017
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