A ELEITA

A flor alva,

Ousada e límpida

Arreganhava seu perfume,

Expondo sua essência vernal.

Flores mais recatadas,

Vermelhas e sensatas

Ficavam escandalizadas,

Preferiam segredar tal odor.

Já a alva flor, a eleita

Dos meus olhos e nariz

Não se prendia ao pudor

Das tímidas pétalas ou ao

Escândalo da carne alheia.

Não se importava com os espinhos

Que lhe atiravam. Tinha um escudo

De verdade vulgata. Irremediável

Seu perfume rouba o fascínio de vidas.

Alva flor escolha dos meus sentires básicos.