A condição humana
Eu senti ontem
Eu sinto hoje
Eu sentirei amanhã aquela espada que atravessou meu peito
E fincou raízes tão grossas quanto a de uma árvore
Da minha ferida o sangue jorra
Sinto-me nua como uma árvore no outono
De minha boca não sai palavras, só murmúrios, lamentos desconexos
Minha cabeça queima como galhos secos no crepitar das chamas
Não consigo sair do lugar
Estou tão presa quanto uma árvore
Mas as árvores não choram
Elas nascem, crescem e se transformam em algo, no mínimo, majestoso antes de sucumbirem
Eu nasço, cresço e me transformo em algo, no mínimo, digno de pena. Desfaço-me antes mesmo de sucumbir.