Fato/Fatal

Chuva que bate no teto de zinco.

Gota que rola perfeita na telha.

Segue para o abismo, seu destino, serena,

E cai na minha testa enrugada.

Buraco profundo, vazio, solene,

De solidão não geme.

Prepara o teu oco

Para o dia da minha posse.

Dia?Que dia?

Será que eu vivo esperando morrer

Ou morro de tédio esperando viver?